DROPS CINEMA

Ela tinha uma personalidade forte
Ele tinha uma forma delicada em lidar com as coisas
Ela gostava de fotografia
Ele amava as divas do pop

Ela entregava pizzas
Ele era cabeleireiro
Ela era rica
Ele era pobre

Ela era Elvis
Ele era Madonna
E quem diria que um dia isso iria acontecer?

Mas o amor tem formas estranhas de agir
Elvis foi entregar uma pizza na casa da Madonna
Madonna era assanhada
Elvis era galanteador

Madonna era carioca, Elvis também
Os dois saíram para tomar uma gelada
A rua era o seu palco, o amor urbano
O amor estranho

E nos encontros e desencontros, eles se apaixonaram
E no meio desse louco amor
Elvis engravidou de Madonna
E quem diria que um dia isso iria acontecer?

Assim como Eduardo e Mônica
Ela era Elvis
Ele era Madonna.

A obra cinematográfica brasileira “Elvis e Madonna – lançada no ano de 2010 com a direção de Marcelo Laffitte – retrata a vida cotidiana dos dois personagens centrais: Elvira, mais conhecida como Elvis (Simone Spoladore), e Madonna (Igor Cotrim).

O filme aborda, de uma forma descontraída e crítica, as dificuldades de um relacionamento considerado controverso entre uma lésbica e uma travesti, gerando sentimentos que as deixam confusas com suas próprias sexualidades. A obra nos faz refletir sobre os caminhos estranhos que o ser humano toma ao se apaixonar, provando que os sentimentos podem ser mais fortes, dando-nos rumos por caminhos desconhecidos. É interessante a utilização do cenário urbano como plano de fundo dos acontecimentos da obra, pois através dele podemos fazer a ponte de ligação entre o amor das personagens protagonistas e a contemporaneidade dentro da escala cotidiana.

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Beatriz Brassaroto
(@biabrassaroto) tem 23 anos e é publicitária. Seus maiores interesses são literatura, cinema e arte. Gosta das obras de Stephen King, tem como principal referência cinematográfica Alfred Hitchcock e é simplesmente apaixonada por Twilight Zone.