COLUNA PITACOS
POR LETICIA SANTOS
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Acabou agosto – sobreviveram? estão todos bem? -, mas o bagulho continua louco e os cachorros também. Vamos às dicas espumosas:
Jason Todd – Isso mesmo, estou indicando um personagem e todas as publicações onde ele apareça e não apenas um dos títulos da DC. Quem conhece a trajetória do segundo Robin já sabe que não basta apenas morrer e escavar sua saída do caixão só com as mãos, ainda tem que mandar a ideologia do Batman para o espaço – notem como estou contida – e lidar com os bandidos de forma mais efetiva, ou seja, com morte.
Damian Wayne – Último personagem, juro! Ele é o filho biológico de Bruce Wayne com uma criminosa internacional, criado dentro da Liga dos Assassinos e com uma gana enorme de aceitação e um pendor para a violência que nunca me decepciona em render momentos cômicos, cenas de ação lindas e um drama digno do clã dos morcegos. E ele só não é pior que o Jason porque decidiu seguir o lema do pai: justiça, não vingança.
Revelações de Riyria – Aqui temos a trilogia do genial Michael J. Sullivan, que nos presenteia com Royce Melborn, um ladrão taimado, que reúne dentro dele uma mistura perfeita de amargura, cinismo e lealdade, além de planos completamente retorcidos para atingir os objetivos. Ainda que, se há momentos de pura loucura e falta de senso comum inatos dos cachorros loucos, isso fica a cargo do melhor amigo do Royce, Hadrian Blackwater, que apesar de mais doce e idealista é aquele que sempre pula direto para o perigo.
Volta para Casa – Harlan Coben tem o dom de nos levar por sua narrativa, mantendo o mistério até as últimas páginas. Nesse livro temos o retorno da dupla que mais amo desse autor, que é Myron e seu melhor amigo Win, agora engajados na recuperação do primo desaparecido há anos de Win. Sabe aquele desespero que agosto nos dá? Aquela sensação sufocante ter algo na sua frente – feriado de sete setembro que chama, né? – que não chega nunca? Os pais do menino desaparecido são os dois cachorros loucos nesse livro, ela mais que o marido, uma vez que o foco fica nela, e como uma lufada de ar fresco, o final nos traz uma satisfação sombria, uma pá de cal no mistério infernal.
O Lado Bom da Vida – Esse é aquele tipo de livro famoso pelo filme e que eu nunca vi a versão cinematográfica, porque acho bem improvável que a sétima arte pudesse reproduzir adequadamente todas as nuances delicadas e incríveis que Matthew Quick colocou nesse livro. Ler personagens surtando é uma coisa, mas, nesse livro temos a oportunidade de nos colocarmos dentro dos pensamentos caóticos e desorganizados de alguém se recuperando de um surto tão grande que desencadeou uma mudança drástica na vida de todos a seu redor.
A Lista Negra – Na mesma linha de pós-surto, temos a narrativa da vida de uma cidade pequena dos Estados Unidos lidando com a perda e a dor que tomam conta de toda uma área depois um tiroteio em uma escola. O diferencial aqui? Vemos tudo pelos olhos de uma das idealizadoras de uma lista que o atirador seguiu, ela era a namorada dele, e os dois sofriam as mesmas pressões, o mesmo bullying. E o que para ela era uma maneira inofensiva de extravasar sua frustração, para ele era um plano, juntem-se a mim como fã de Jennifer Brown e vejam como um estalo de loucura e coragem pode mudar o rumo de várias vidas.
Dezenove Minutos – Jodi Picoult sempre me arranca lágrimas e aqui mais que nunca. Só um dia, só um momento é necessário para que toda a raiva, medo e desejo de vingança se condensem em um menino e ele se torne um cachorro louco atrás de suas presas. Dezenove minutos é o tempo que durou o tiroteio na escola, e muitas páginas é o que vai levar para entendermos o que levou a esse ponto e o que acontece depois. O triste é que terminei o livro com o coração apertado, todos imaginamos como seria fuzilar as pessoas que nos atormentam, o duro é ser confrontado com o que acontece quando se cruza a linha.
Crônicas de Amor e Ódio – Mary E. Pearson é uma mulher que merece todo o seu amor, isso porque ela escreveu uma saga de ficção fantástica cuja personagem principal é uma mulher, e a fez de uma maneira que te convence que aquela menina não só evoluiu, mas se tornou uma líder sem necessidade nenhuma de salvação de um príncipe. E amigos, Lia é uma das personagens com as reações mais viscerais que tive o prazer de ler, seus momentos de explosão emocional são de aplaudir, ela deixa de ter uso do que é próprio, do que é sábio, ela só se joga nas emoções e tem seu momento de glória ou de loucura – depende de quem lê – nos levando ao ápice de confrontos épicos.