ano ímpar após bissexto é de solstício retraído por um dia,
e a frente fria em piracicaba se sente desde os caminhos de paralelepípedo.
o coração é marítimo:
o amor marinheiro:
funeral-renascimento
após três dias de sumiço pascal.
a morte de elvis foi por pílulas prescritas
e eu não consigo evitar minha paixão por você:
a cruz de verniz na porta nos protege de todo mal.
o rio dessa estrada indica que enquanto houver mentira
o homem se meterá às cinzas
pois as telas mais bonitas não se deixam entender.
eu volto, você sabe.
eu voo e você nave,
dentro das rupturas em que éramos vulcões:
toda quarta-feira foi carnaval,
mas as fantasias e a rua suja
sempre nos espantarão.
você é o motivo de eu ter esse quarto,
dividir a casa e manter as roupas dobradas,
como se fosse corajoso o coração.
tem vestimenta que se esquece distante,
te lembram o despejo:
queria te perguntar o tom das cores que te fazem quantas?
qual das saudades é o seu desejo.
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Raí Prado Morgado nasceu em Caraguatatuba em 1999, é estudante de Gestão Ambiental da ESALQ/USP, em Piracicaba, e escritor responsável pelo Sob o Silêncio, projeto literário com mais de 50 mil seguidores. Expõe e vende itens artesanais do projeto em eventos culturais pelo estado de São Paulo.
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