o sol está como estão
as mãos de Polidor) os ombros a
camiseta branca estão ali para)
dividir o espaço possível)
o espaço do sol possível do) lado
de dentro da casa do) lado em que o
sol é de retas) os dois dividem pés que dividem
chão) a temperatura incha a trama
de algodão da manga branca de)
manga de cheiro de camiseta de)
Polidor sabe Carla fechada dos
olhos aberta dos ovos e de cabeça
rasgada pelo sopé da manga de)
nariz de Carla agravado entre os pêlos do suvaco de)
a Polidor resta ficar e fica a restar em Polidor)
Carla de nariz em)
Polidor a restar a)
impetrar Polidor) desentranhar Carla)
o tempo o sol a casa e o veranico cheirando
(rasga o sol de 15 em 15 voltas em torno da camiseta de)
a manga cheirando
a rasgo no inverno
entre Carla e Polidor)
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Carla Diacov, São Bernardo do Campo, 1975. Amanhã Alguém Morre no Samba (Douda Correria, 2015/Edições Macondo, 2018), A metáfora mais Gentil do Mundo Gentil (Macondo Edições, Juiz de fora, 2016), Ninguém Vai Poder Dizer Que Eu Não Disse (Douda Correria, 2016), bater bater no yuri (livro online pela Enfermaria 6, 2017), A Menstruação de Valter Hugo Mãe (editado pelo escritor português, no projeto não comercial Casa Mãe, Portugal, 2017), A Munição Compro Depois (Cozinha Experimental, 2018).