Coluna | Campo de Heliantos
Depois de um ano de publicações na Coluna Campo de Heliantos, na Revista Vício Velho, sobre Criatividade e Literatura, trago aqui elementos imprescindíveis para cultivar o pensamento criativo:
1- Criatividade não é uma habilidade inerente ao artista, nem informação ou jogo de competição;
2- Nenhum processo criativo acontece sem uma base sólida no raciocínio lógico;
3- O conhecimento é importante para criar, mas é na experiência que conseguimos explorar nosso verdadeiro poder criativo;
4- Criar é um jogo de paciência. É fundamental aguardar o desenvolvimento de uma nova ideia, deixando fluir nosso ser sensível;
5- Abandonar o preconceito com as estranhezas que se apresentam ao consciente;
6- Acreditar no nosso ser intuitivo;
7- Valorizar nossos silêncios. Estancar a avalanche de informações que nos soterram de opiniões e argumentações sobre tudo;
8- As emoções podem ser modificadas. Aprender a transformar emoções que limitam nosso processo artístico;
9- Três ferramentas importantes no processo criativo: beleza, mistério e loucura;
10- A beleza em Literatura eleva o texto para uma ordem superior;
11 – É preciso coragem para escrever ou produzir qualquer obra de arte;
12- A beleza é uma ferramenta no projeto literário e nos ajuda a encontrar caminhos possíveis na construção de uma obra;
13- A importância da Literatura encontra-se na criação e na liberdade que ela pode promover;
14- A carreira literária não é apenas escrever e publicar; é uma construção intelectual;
15- Com a maturidade, aceita-se com mais clareza a loucura artística e suas peculiaridades;
16- A memória falha;
17- Em Literatura, há pelo menos duas memórias. A primeira é da personagem e a outra é do escritor;
18- A Literatura é perigosa;
19- A poesia pega a palavra e extrai dela outros pontos de perspectivas;
20 – O pensamento crítico junto ao pensamento criativo compõem o pensamento elevado;
21- Mover-se. Corpo, casa, trabalho, enfim, trocar o estilo, adaptar-se, mesmo que o mundo tente nos paralisar, mesmo quando perdemos o significado das coisas e tudo se mostre triste e confuso;
22- Mudar o entorno, mesmo que a arte permaneça em essência;
23- A poesia é fluxo intenso de criação, transformação, resistência;
24- O processo criativo demanda diferentes tipos de faculdades para acontecer;
25 – Absorver os erros como parte do processo criativo;
26- Pegar referências no mesmo criador é correr o risco de perder o próprio estilo no processo criativo;
27- Escutar é fecundo, escutar é arte, possibilita o encontro do eu observador com o eu artista, operando na reconstrução da memória e nas camadas da sensibilidade;
28- Estimular os sentidos em vivências que desconstruam o olhar viciado;
29- Cultivar o silêncio em arte é, antes de mais nada, aproveitar o momento de produção;
30- O que a gente entende é muito menor do resto incompreensível;
Por último, criatividade é ousadia.
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Graziela Brum idealizou e coordena o Projeto Literário Senhoras Obscenas. Vencedora de dois concursos ProAc em São Paulo, com Fumaça (2014) e Jenipará (2019) – que é o primeiro romance de uma trilogia sobre a Amazônia -, também publicou Vejo Girassóis em Você (Lumme), de prosa poética.