EM CENA – ADRIANA CALÓ

|SENHORAS OBSCENAS
Por Adriana Caló



Reprimida
Guardava na gaveta,
seu poema de tristeza

Submissa
Acatava todo mal
do sistema patriarcal

Poeta
A cada linha um desamor,
uma angústia, uma dor

Feminista
Gritou poesia, ecoou
toda repressão que trazia

Obscena
Fora dos padrões da sociedade,
mulher era sinônimo de inferioridade

Imposição: Ato de vulgaridade.
Antiguidade?

Basta! Temos voz!
Não precisam falar por nós.

Ser coadjuvante faz parte do passado.
Na poesia, nas ruas, na luta por igualdade.
A mulher a cada dia assumindo sua identidade.

 

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Adriana Caló é historiadora e poeta. Coordena o projeto Senhoras Obscenas e produtora do Espaço Cultural Eclipse.