Coluna | Senhoras Obscenas
É como se ela, soberana sobre mim
Desse e tirasse o doce querer
Ser, ver e estar numa morada de gozo.
Ela que sustenta e permite.
Esposa servil do tempo
Esse que suspende cada ato do devir
Esse que balança as cordas dos passos
Dá a ela a tarefa de guiar
Dá do seio seiva do dia
Rouba com a boca o hálito epifânico.
Sem respirar entrego mais um deixar.
E vai abanando a alegria de ter me logrado
Sem perceber que ela também é refém.
Dele que um dia nos levará juntas.
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Katia Mota, nascida em São Paulo, mas desde criança residente em Cerquilho-SP, formada em Letras Português/Espanhol e Artes, Pós Graduada em Literatura Contemporânea. Participação em alguns concursos literários como Mapa Cultural Paulista onde foi premiada na categoria conto em 2014, participação na Antologia Senhoras Obscenas.