OS JORNALISTAS SEGUNDO BALZAC E MAUPASSANT – VERA SAAD

|Palimpsesto
Por Vera Saad

Minha formação – ou desvio de caminho, ao gosto do cliente – como jornalista romantiza o jornalismo e o aproxima da literatura. Minha tese, ainda não defendida, tampouco estudada, é a de que o romance ganhou o formato atual pelas páginas do jornal, mais especificamente sob o folhetim, e aqui incluo Machado de Assis e Lima Barreto, os maiores escritores brasileiros, que tiveram boa parte da obra publicada primeiro como folhetim.

Trago hoje uma raspadinha do meu blog que muito diz respeito aos jornalistas (ainda que Balzac não enxergasse o jornalismo de maneira respeitosa).

Segunda-feira, 17 de março de 2008

Os Jornalistas

Outra raspadinha: Bel Ami de Guy de Maupassant nos remete imediatamente ao Ilusões Perdidas de Balzac. Coincidência ou não – Maupassant em um determinado momento cita Balzac – vale ler os dois. Visões ácidas sobre o jornalismo do século XIX, que se mantêm coerentes ainda hoje. Quer saber como?


Bel Ami virou filme, tão interessante quanto o livro. É no mínimo curioso pensar que Balzac de alguma maneira tenha influenciado Guy de Maupassant. Balzac faleceu no mesmo mês do nascimento de Guy de Maupassant, agosto de 1850, algo que já une os dois além da genialidade.  

Há outro livro de Balzac em que o autor reafirma a opinião pouco elogiosa sobre o jornalismo, publicada aqui no Brasil sob o título Os jornalistas, livro fundamental para quem quer se divertir. 

_______________________
Vera Saad é autora dos romances Dança sueca (Patuá, 2019) e Telefone sem fio (Patuá, 2014) e do livro de contos Mind the gap (Patuá, 2011), é jornalista, mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC – SP e doutora em Comunicação e Semiótica também pela PUC – SP. Ministrou no Espaço Revista Cult curso sobre Jornalismo Literário em 2012. Tem participações nas revistas Cult, Língua Portuguesa, Metáfora, Portal Cronópios e revista Zunái. Vencedora do concurso de contos Sesc On-line 1997, avaliado pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão, foi finalista, com o romance Estamos todos bem, do VI Prêmio da Jovem Literatura Latino-Americana. Seu romance Dança sueca foi selecionado pela Casa das Rosas para o projeto Tutoria, ministrado pela escritora Veronica Stigger.