Coluna | Palimpsesto
Tenho andado mais atenta aos corredores.
Túneis, meias luzes, vãos,
batentes de portas,
Intermitências, intervalos, entremeios.
Nos espaços entre dois corpos, onde caem as vírgulas, os hífens,
Pontos de interrogação.
Talvez… depende… quase… provável…
Estou viva no surdo estalido antes da explosão.
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Andrea de Barros (Jacareí) é publicitária, professora universitária e poeta. Publicou Para seus olhos de vidro (2012) e A história do fogo (2018), ambos pela editora Patuá. Participou de algumas antologias de poemas do coletivo Senhoras Obscenas. Doutora em Teoria e História Literária pela UNICAMP e Mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC-SP, é coordenadora do curso de Letras da UNIP São José dos Campos. Sua pesquisa acadêmica tem como foco principal as relações entre literaturas brasileira e russa do século XIX, principalmente entre Machado de Assis e Dostoiévski. Desde 2018 mantém um canal de incentivo à leitura no Youtube, o Primeiro Parágrafo. Principais influências literárias: Hilda Hilst, Ana Cristina Cesar, Clarice Lispector e Sophia de Mello Breyner Andresen.
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(Imagem Jean-Michel Basquiat)