PEDRO AMORÓS E WALTER BENJAMIN – VERA SAAD

Coluna | Palimpsesto


Infelizmente, Pedro Amorós Juan é pouco conhecido no Brasil, um escritor que admiro demais. Não por acaso é tema da minha coluna hoje. É difícil ler seu Bajo el arco en ruina sem se lembrar de Walter Benjamin e de sua concepção de obra de arte enquanto ruína:

“[…] Pronto mis huesos entrarán en contato con la húmeda tierra. Las carnes desaparecerán. Sólo un hálito de vida envolviendo mis huesos. […]”. (Pedro Amorós In: Bajo el arco en ruina)

“[…]as alegorias são no reino dos pensamentos o que são as ruínas no reino das coisas[…] ‘A fachada partida, as colunas despedaçadas, têm a função de proclamar o milagre de que o edifício em si tenha sobrevivido às forças elementares da destruição […]’ ” (Walter Benjamin In: Origem do drama barroco alemão).

Quem quiser conhecer o belíssimo trabalho do escritor espanhol, indico aqui seu site, e seu blog, em que se revela um leitor como poucos.

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Vera Saad é autora dos romances Dança sueca (Patuá, 2019) e Telefone sem fio (Patuá, 2014) e do livro de contos Mind the gap (Patuá, 2011), é jornalista, mestre em Literatura e Crítica Literária pela PUC – SP e doutora em Comunicação e Semiótica também pela PUC – SP. Ministrou no Espaço Revista Cult curso sobre Jornalismo Literário em 2012. Tem participações nas revistas Cult, Língua Portuguesa, Metáfora, Portal Cronópios e revista Zunái. Vencedora do concurso de contos Sesc On-line 1997, avaliado pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão, foi finalista, com o romance Estamos todos bem, do VI Prêmio da Jovem Literatura Latino-Americana. Seu romance Dança sueca foi selecionado pela Casa das Rosas para o projeto Tutoria, ministrado pela escritora Veronica Stigger. Mantém uma coluna semanal na revista Vício Velho.

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(Imagem da página oficial do escritor Pedro Amorós)