esta coluna é escrita por fábio pessanha. aqui se falará de poesia. melhor. aqui se falará com poesia num diálogo aberto. escancarado. onde o poema será reescrito. onde o poema deixará de ser poema. onde o poema será ainda mais poema.
notas sobre uma escoliose hermética
o que se sabe sobre o que se precisa saber para ser um poeta
o trinado das palhas no alumínio
algumas inúteis observações sobre paixão e poesia
pequeno acervo de palavras apaixonadas por seus desvios
Hilda Hilst: como tudo que me falta e que me excede: vozes poéticas
fuligem e ferrugem
poetas arriscam mais
vozes de um poema profundamente político
aos cadáveres não sepultos
vozes cadeadas
uma conversa sem eira nem beira
manual descartável de como dizer poemas no escuro
espinho absurdo: breves delírios sobre um poema de Eucanaã Ferraz
desmonte composicional de imagens com a arquitetura poética de Lucas Rolim
amar um homem sincero e outras copertencas desde o poema de Marcos Siscar
Manoel de Barros e os entulhos necessários ao poema
a sublimação do erro na clandestinidade de Cali Boreaz
“você nunca vai saber” esse poema de Paulo Leminski
“amanhã, eu viverei novamente” no poema de Nina Rizzi
a plena incompletude do que nos falta e se revela uma poética do tempo
em Wanda Monteiro
a solidão tumultuada das palavras num instante poético de Case Lontra Marques
: desde um poema de Mariayne Nana… o feminino: o vento: a pétala:
uma poético-filosofia de Tito Leite: minha casa são os lugares em que habito
das ruínas aos ecos na babel irônica de Patricia Lavelle
algo de bruto e precioso há na poética de André Luiz Pinto
os ângulos do poema na casa de Hirondina Joshua
tal como o corpo se descobre ruína
a consecução destinal no poema travessia de Alberto Bresciani
Sophia de Mello Breyner Andresen em dialogo
Mariana Basílio e as três dimensões do humano: existência, experiência e extensão
Waly Salomão e o tempo oco do real
as três palavras mais estranhas para um poema de Wislawa Szymborska
Drummond manda a real: a poesia que não é
a vocação das casas altas na combustão poética de Roberta Tostes Daniel
durante o chá (de jasmim) com Ana Estaregui, uma palavra estranha…
Luciana Pimenta: onde no corpo há bocas e poemas
a saga do homem gingerpeanutiano num poema de Ricardo Escudeiro
um encontro com Ana Cristina César às onze horas
a língua mais língua de Herberto Helder
nascimentos contínuos-prolongados em Jenipará, de Graziela Brum
os terreiros poemáticos em Delalves Costa
autorretrato polifônico do coração cansado de Michaela v. Schmaedel
notas sobre o eu num risco de realidade com Clarice Lispector
o menor banquete do mundo com Rafael Zacca
o axioma do deserto na poética de Eugênio Ramos Gianetti
deus-e-diabo no drummond-exu de Igor Fagundes
pedro naves: um personagem de Anita Deak para um verbal coletivo
o coração fodido a mil de Heyk Pimenta
o último poema, uma leitura de Manuel Bandeira
Daniel Francoy: o velho, a mulher em chamas e uns exercícios de lirismo
não há cura, mas há a poesia de Max Lima
leitura retrocausal do romance de João Paulo Parisio
atrás do nome e do poema de Laís Araruna de Aquino
algumas flores não colhidas no roseiral de Matilde Campilho
a língua no poema de Gyzelle Góes
o corpo do mar no erotismo linguístico de Renata de Castro
baratas na casa de Marília Valengo
seis flechas, de Carla Diacov
entre breu e germinação no poema de Josely Vianna Baptista
um nome angelical no romance nem sinal de asas, de Marcela Dantes
dissolvendo palavras com Orides Fontela
exílio e alteridade no poema de Alejandra Pizarnik
o poema como concepção devastação e fluidos em Mónica Ojeda
supernova: um poema de Diego Rebouças
o poema infância, de João Cabral de Melo Neto
a poética sulfocrômica de Monique Brito
quando o farol se apaga: leitura de um poema de Ana Martins Marques
a ironia narrativa no poema de Maria Firmina dos Reis
de dentro do poema escreve Simone Brantes
rascunho peninsular com o poema de Ana Maria Vasconcelos
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Fábio Pessanha (Instagram / Facebook) é poeta, doutor em Teoria Literária e mestre em Poética, ambos pela UFRJ. Publicou ensaios em periódicos sobre sua pesquisa, a respeito do sentido poético das palavras, partindo principalmente das obras de Manoel de Barros, Paulo Leminski e Virgílio de Lemos. É autor de A forma fugaz das mãos (Patuá, 2021), A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos (Tempo Brasileiro, 2013) e coorganizador do livro Poética e Diálogo: Caminhos de Pensamento (Tempo Brasileiro, 2011). Tem poemas publicados nas revistas eletrônicas Diversos Afins, Escamandro, Ruído Manifesto, Sanduíches de realidade, Literatura & Fechadura, Gueto, Escrita Droide, Gazeta de Poesia Inédita, Mallarmargens, Contempo, Poesia Avulsa, Quatetê, Arara, 7Faces, InComunidade e na própria Vício Velho.